terça-feira, 5 de julho de 2022

 

                       A INESGOTÁVEL FONTE DO SABER





































 




























































                                   A inesgotável fonte do saber

     Ilustração encomendada pelo Sr. Marco Túlio Damascena, para a FLIS: Festa Literária de Sabará – 7ª Edição - 2021

     Paisagem bucolicamente imaginária de uma área rural em Sabará. Composição linear e frontal sem perspectiva, contendo uma profundidade provocada pelos elementos do primeiro, segundo e terceiro planos. O céu azul com a lua e pequenas nuvens revelado por um sol a pino. Abaixo três monumentos históricos que se destacam na paisagem simetricamente numa composição triangular. No primeiro plano em destaque central o “Chafariz do Kaquende”e o livro, em segundo à esquerda: Igreja de Nossa Senhora do Ó, e à direita a Igreja de Santo Antônio do Pompéu, ao fundo em terceiro plano: as montanhas. O livro com as páginas em branco é a história individual do ser humano a ser escrita durante toda sua existência. As letras justificam o advento da imprensa com sua letras em caixa alta e baixa, isto é, letras maiúsculas e minúsculas, seguidas de numerais arábicos substituindo a água que jorra do Chafariz do Kaquende. Contudo, esse chafariz representa um corpo feminino no qual os seios são representados pelas duas bicas que derramam sobre as páginas do livro o “colostro” do saber. Portanto, o livro está representando a sabedoria e a luz que está pesando e obstruindo o crescimento de uma espécie de capim, o pasto da estultícia e da ignorância. Todavia, a natureza pulsa colorida sob uma luz difusa sem nenhum resquício de sombra ou treva, exibindo o melhor ângulo de sua topografia onde viceja a fauna e a flora. A linha do horizonte é delineada pelas serras remetendo às regiões de Minas Gerais. Portanto, a arquitetura religiosa, evidenciando o barroco mineiro através das igrejas. Duas crianças estão no adro da igreja ao lado da sineira: Sartre recita um poema enquanto Cecília lê um livro. Uma maritaca pousa sobre um pináculo do chafariz, enquanto a outra sobrevoa o mesmo. São espécies da família psittacidae abundante nessa região, podendo falar e cantar instintivamente numa repetição quase humana. A lua eterna musa da inspiração poética que também pode ser observada e admirada durante o dia. Embora a tradição oral com o auxílio didático das ilustrações, ainda resista às intempéries e aos bombardeios das informações no mundo contemporâneo. Mas, nada melhor do que um bom e velho livro impresso, ou melhor, um best seller de cabeceira com todo seu glamour, páginas de papel nobre, encadernação luxuosa numa capa vistosa, qual uma iluminura.

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