A INESGOTÁVEL FONTE DO SABER
A inesgotável fonte do saber
Ilustração encomendada pelo Sr. Marco
Túlio Damascena, para a FLIS: Festa Literária de Sabará – 7ª Edição - 2021
Paisagem bucolicamente imaginária de uma
área rural em Sabará. Composição linear e frontal sem perspectiva, contendo uma
profundidade provocada pelos elementos do primeiro, segundo e terceiro planos.
O céu azul com a lua e pequenas nuvens revelado por um sol a pino. Abaixo três
monumentos históricos que se destacam na paisagem simetricamente numa
composição triangular. No primeiro plano em destaque central o “Chafariz do
Kaquende”e o livro, em segundo à esquerda: Igreja de Nossa Senhora do Ó, e à
direita a Igreja de Santo Antônio do Pompéu, ao fundo em terceiro plano: as
montanhas. O livro com as páginas em branco é a história individual do ser
humano a ser escrita durante toda sua existência. As letras justificam o
advento da imprensa com sua letras em caixa alta e baixa, isto é, letras
maiúsculas e minúsculas, seguidas de numerais arábicos substituindo a água que
jorra do Chafariz do Kaquende. Contudo, esse chafariz representa um corpo
feminino no qual os seios são representados pelas duas bicas que derramam sobre
as páginas do livro o “colostro” do saber. Portanto, o livro está representando
a sabedoria e a luz que está pesando e obstruindo o crescimento de uma espécie
de capim, o pasto da estultícia e da ignorância. Todavia, a natureza pulsa
colorida sob uma luz difusa sem nenhum resquício de sombra ou treva, exibindo o
melhor ângulo de sua topografia onde viceja a fauna e a flora. A linha do
horizonte é delineada pelas serras remetendo às regiões de Minas Gerais.
Portanto, a arquitetura religiosa, evidenciando o barroco mineiro através das
igrejas. Duas crianças estão no adro da igreja ao lado da sineira: Sartre
recita um poema enquanto Cecília lê um livro. Uma maritaca pousa sobre um
pináculo do chafariz, enquanto a outra sobrevoa o mesmo. São espécies da
família psittacidae abundante nessa região, podendo falar e cantar instintivamente
numa repetição quase humana. A lua eterna musa da inspiração poética que também
pode ser observada e admirada durante o dia. Embora a tradição oral com o
auxílio didático das ilustrações, ainda resista às intempéries e aos bombardeios
das informações no mundo contemporâneo. Mas, nada melhor do que um bom e velho
livro impresso, ou melhor, um best seller de cabeceira com todo seu glamour,
páginas de papel nobre, encadernação luxuosa numa capa vistosa, qual uma
iluminura.
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