sexta-feira, 31 de julho de 2009

Varal de Pinturas - 1983 - Sabará


Chafariz do Kaquende - bico de pena e aguada s/papel couché tela - 10 x 15 - Aquisição: Ângela Del Rio

Varal de Pinturas - 1983 - Sabará


Igreja das Mercês - bico de pena e aguada s/papel couché tela - 15 x 10 - Aquisição: Ângela Del Rio

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Varal de Pinturas - 1983 - Sabará



A menina e a boneca - Guache s/ papel - 30 x 20 - 1983 -
O varal de pinturas acontecia nas manhãs de domingo na praça Sta. Rita. Lá, eu estendia um barbante de uma árvore à outra e pendurava pinturas feitas em aguadas, guaches, aquarelas e bicos de pena, ambas, confeccionadas sobre papel couché, canson, vergé e etc... Posteriormente as pessoas que as adquiriam, colocavam-nas em molduras.

Exposição da aluna Maria Costa Pinto - 1983




quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ensinando pintura de cavalete


Em 1983 mudei para Sabará, cidade histórica, acolhedora e bem próxima da capital. Lugar propício para fazer arte. E, se possível viver de arte. Foi então que eu confeccionei cartazes com os dizeres: AULAS DE PINTURAS - Óleo, acrílica, têmpera e nankim... Cada cartaz tinha uma ilustração diferente com cores quentes e textos em preto, ambos, afixados em lugares públicos e lojas comerciais do centro histórico. Consegui alunos adultos, pessoas interessadas em terapia ocupacional e educadores, afim de atualizar suas didáticas. As aulas eram ministradas em domicílio. Eu cobrava uma mixaria. Somente uma aluna fez vernissage, após algumas aulas.

sábado, 11 de julho de 2009

Pintura panfletária - 1979 a 1981


Latifúndio - Acrílica s/tela - 70 x 50 - 1981. A falência da FUNAI como órgão competente às questões indígenas que repercutem até agora. As explorações das madeireiras, as grilagens, os desmatamentos, os trabalhos escravos, a bio-pirataria que sempre existiu em todo momento de história do Brasil. A estúpida e famigerada Transamazônica. Outra pintura de conotação dramática: ao centro, uma cabeça mapeada na cor verde com uma etiqueta da FUNAI presa na parte posterior. Uma flecha que vaza um dos olhos à nuca a sangrar. Ovos partidos, flores e frutos mortos. Uma placa amarela de automóvel. Composição frontal, semelhante à linguagem cartazista. Cores modeladas e chapadas. Todos os elementos sobre fundo da tela ao natural. Esta obra é a única que me restou, atualmente se encontra em restauração.

Pintura panfletária - 1979 a 1981


Bandeira do Brasil - Acrílica s/tela - 70 x 50 - 1981...
A representação do Palácio da Alvorada em preto sobre uma esfera azul, parcialmente envolta de uma faixa em farrapos. Outra esfera verde, porém menor, onde goteja lágrima de sangue presa por raízes de arbustos com galhos secos, alusivos ao cerrado e à caatinga. Elementos interligados entre si dando a ideia de unicidade, dependência e dinâmica.Toda composição parece ter vida própria suspensos num céu azul de nuvens esparsas. Cores em chapas e também moduladas. Luz difusa, formas circulares centralizadas... Pintura com ritmo em C. Obra que enfatiza a bandeira do Brasil numa satirização dramática da realidade política da época. Sem a legenda ¨Ordem e Progresso¨. Enfim, uma nação em frangalhos, sob o jugo da ditadura militar.

sábado, 4 de julho de 2009

Pintura panfletária - 1979 a 1981


A morte do capitalismo- Acrílica s/ tela - 70 x 50 - 1980 - Uma alusão ao capitalismo selvagem. No qual, acredito como acredito em Deus. Metáfora representada por uma moeda que sangra, perfurada por um objeto contundente em preto e branco, enfatizando o sangue vermelho. Imagem projetada que flutua num céu azul de nuvens esparsas. Composição centralizada de cores chapadas.

Pintura panfletária - 1979 a 1981


Sobre o céu de Brasília - Acrílica s/ tela - 50 x 70 - 1980. A sensação que tínhamos era de perda da autoestima. Xenofobia e apatia dividiam o mesmo espaço. O Brasil entregue às multinacionais era o pesadelo constante. A terra brasilis fadada a quintal do mundo. Nesta tela foram usadas cores quentes, frias e neutras. Apropriei da imagem do Palácio da Alvorada, descaracterizando-a para uma paisagem caótica em tom cinza e nuvens brancas.

Pintura panfletária - 1979 a 1981


Instinto selvagem - Óleo s/ eucatex - 50 x 70 - 1979... Este foi o meu primeiro quadro da fase panfletária. Uma boca aberta com lábios deformados. Parte superior refém de dois elos, como pingentes. Parte inferior com gotas frescas de sangue a escorrer. Dentição aparente, destacando o canino lado esquerdo. Língua em evidência. Todo contexto sobre fundo negro, expressão que lembra o vampirismo. Esta é a boca que responde em bom tom às injustiças. Boca que mete medo e que bota pra correr. Que chicoteia se for preciso. Boca de fala incisiva e que não leva desaforo pra casa. Que somente fala com as ordens do coração. Boca da revolução, da conscientização, da libertação que devorou o Apartheid. Mas, que ainda não acabou com o intragável racismo. Nesta fase, eu procurava no realismo formas que poderiam sofrer intervenções sem perder suas essências, e ter um resultado visual impactante. Mergulhei de cabeça nessa proposta. Composição frontal, fundos de cores chapadas, tratamento às texturas, luz difusa e fundo negro.