A mulher grávida, pintada em 2001, onde procurei enfatizar o ser humano em seu momento divino em véspera de uma concepção. A tela nos mostra nitidamente uma gestante de pele clara, cabelos corte chanel curto, que segura uma taça de licor com a mão esquerda, trajando elegantemente um longo vestido negro levemente drapeado sobre uma bata branca com as mangas que se pendem acentuando sua postura. A cena parece acontecer num ambiente doméstico. A atmosfera psíquica da personagem traduz tranquilidade, silêncio e calma, embora observada em sua intimidade e sem intimidação alguma. O corpo fala enquanto o psicológico é sentido na mão enluvada que segura a taça como se posasse. O clima é da espera de uma gestação normal com saúde e jovialidade. Uma mulher com todas suas características, todavia, sem face, mas que traduz uma beleza feminina sem os olhos, boca, nariz, etc. Quando observamos esse quadro, imediatamente nossos olhares procuram de maneira quase que instintiva os olhos que parece disputar a atenção com a sua barriga.
Talvez isso explica o quanto é importante falarmos olhando nos olhos, e essa naturalidade é inevitável diante aos retratos ou fotografias. Usei a cor vermelha como parede, uma mureta em tom azul, sobre a mesma um vaso ocre com a folhagem "oliveira". Espaço que nos lembra um corredor que reflete a luz exterior, no entanto, há luzes de todas as direções que incidem por todo o corpo da mulher. A impressão que se tem dessa tela é que as cores reforçam e sustentam como um esteio a presença da mulher como personagem central. O motivo pelo qual não nos foi dado saber de sua identidade através do rosto, nos permite interpretar qualquer mulher. Este quadro se encontra exposto na Secretaria Municipal da Fazenda de Sabará, MG. O qual foi doado por mim em 2010.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário